sexta-feira, 16 de julho de 2010

Nossas

Tem coisas que penso ter eu mesma escrito...
Algumas sao tao minhas quanto daqueles que as registraram no papel.
As palavras sao livres, como as desejo. Livres porque voam por ai como brisa umida da manha que me desperta com o bom humor de cada dia que ilumina.
As leio como se eu as tivesse parido. Como se sua origem fosse meu proprio coracao...transbordando em minha transpiracao de prazer, naqueles momentos de claresa inesperados!


"Quero dizer que te amo so de amor.
Sem ideias, palavras, pensamentos.
Quero fazer que te amo so de amor.
Com sentimentos, sentidos, emocoes.
Quero curtir que te amo so de amor.
Olho no olho, cara a cara, corpo a corpo.
Quero querer que te amo so de amor.
Sao sombra as palavras no papel.
Claro-escuros projetados pelos amor, dos delirios e dos misterios do prazer.
Apenas sombras as palavras no pepel.
Ser-nao-ser refratados pelo amor no sexo e nos sonhos dos amantes.
Fatuas sombras as palavras no papel.
Meu amor te escrevo feito um poema de carne, sangue, nervos e semem.
Sao versos que pulsam, gemem e fecundam.
Meu poema se encanta feito o amor dos bichos livres as urgencias dos cios e que se jogam, brincam, cantam e dancam fazendo o amor como faco o poema.
Quero a vida as claras superficies onde terminam e comecam meus amores.
Eu te sinto na pele e no coracao.
Quero do amor as tenras superficies onde a vida eh lirica porque telurica, onde sou epico porque ebrio e ubrico.
Quero genitais todas as nossas superficies.
Nao ha limites para o prazer, meu grande amor, mas vira sempre antes, nao depois da excitacao.
Meu grande amor, o infinito eh um recomeco.
Nao ha limites para se viver um grande amor.
Mas so te amo porque me das o gozo e nao gozo mais porque eu te amo.
Nao ha limites para o fim de um grane amor.
Nossa nudez juntos, nao se completa nunca, mesmo quando se tornam quentes e congestionadas, umidas e latejantes, todas as mucosas.
A nudez a dois nao acontece nunca, porque nos vestimmos um com o corpo do outro, para inventar deuses na solidao do nos.
Por isso a nudez, no amor, nao satifaz nunca.
Porque eu te amo, tu nao precisas de mim.
Poruque tu me amas, eu nao preciso de ti.
No amor, jamais nos deixamos de completar.
Somos, um para o outro, deliciosamente desnecessarios.
O amor eh tanto, nao quanto.
Amar eh enquanto, portanto. Ponto."

__Roberto Freire__

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